sábado, 24 de agosto de 2019

URBANOIDE


URBANOIDE
Desconhecendo seu reflexo na vitrine segue o urbanoide
Assombrado com tamanho desajuste
Fascinado com o óbvio
Se rebaixa para mendigar elogios.
Mente quando necessário for
Em nome da vantagem e do anonimato busca se expor, que seja ao ridículo.
Quer ser ouvido sem ter o que dizer.
Reza o diário em chavões e vácuos
Enlatado feito sardinha, ainda assim se exalta.
Gordo feito gado. Orgulho a cada gole.
Soluços em torpes palavras, quase vomita uma verdade, em vergonha, engole.
Em meio a mimos mama mentira repleta de enfeites e absurdos; sem mais estômago.


PAULO PASSOS
29/06/2019


sexta-feira, 9 de agosto de 2019

GLAMOURIZAÇÃO DO INATINGÍVEL


Antes sua finalidade não fosse o vazio.
Antes houvesse um aviso.
Antes todo esse vácuo não sufocasse.
Antes livre o passe,
Mas é um devaneio, um mero sonho.
Aquele mundo platônico, inato, estático,
É? Foi? Era? Ou não é?
Que seja em minha mente, mas não posso torna-lo real.
Quem disse que o sonho seria melhor do que a realidade?
Em que momento perceberia que o tédio nos aguarda adiante?
Talvez seja hora de prestarmos um pouco mais de atenção em todo esse glamour.
Para onde olham os que te ignoram?
Sonham em aparecer, mas, quando são vistos, não têm nada para mostrar.
Sonham em ser ouvidos, mas não têm nada a dizer.
Esse norte de nada tem senão uma massa plástica de hipocrisia e dor.
Falta conhecer-te.
Falta amar-te, e ao próximo.
Falta-te apenas... Perceber-te.

PAULO PASSOS
27/06/2019