Existem mil e uma maneiras de dizer algo
Uma delas é escrita para eu logo me esquecer,
Outra delas, bem bonita, pois pretendo convencer
Tem pintura e bordado, há mentira no estofado
Tem conforto tem os dados, tudo industrializado
Tem verdade professada em mentiras odiosas
Sim, existem mil e uma maneiras de dizer algo
Quando quero enfatizo a profecia
Com amor em meu olhar não permito indagações
Chamo pelo nome quando quero conquistar
Santinhos poluentes flutuam nos afluentes
O estrato do mal-grado impresso
O mal juízo do pobre confesso
Se das mil e uma, meia palavra basta?
Com todas as possibilidades quais na mente se combinam
Jaz a mente em branco, sedenta de verdade
Negra tinta insistente que vos escreve
Negra ilusão do ignorante que se esquece
Em sua falha fez-se luz
Em verdade, em verdade,
Das mil e uma mentiras, meia palavra:
BASTA!
Paulo Passos (06/10/2014)