Doce inspiração que me abre as janelas
Que me trás os ventos matinais
Que desperta meus mais profundos sentidos
Que me põe em continência a te servir
O prazer, ó amada, é o sol que vos chama
Em tua dosagem, como aos amantes encantais
A cada doce pétala que extasia
Estes expansivos braços que vos abraça
Se abre sob os raios do mesmo que vos desperta
Desperta,
Estica teu corpo que se excita
Ouça a voz que te chama, não ignore
Luz que expande, desembrulhe cada flor
Deleite em chamas que arde
Em nome de Heráclito, que entra no rio pela última vez
Em nome da contradição
Em meu nome, quando ouso pronunciar
Em minha ousadia ao me afirmar
Perpétuo fluxo de prazer e dor
Em corrente, concreto presente se desfalece
No eterno "não-sei" do que me aparece
Da ilusão, da verdade que se parece:
Gritante ressoa entre os homens
Feito eco morto que transita pelos montes
Do grito, da morte da estrela cintilante
Hora brilha, logo ofusca-se na mente do viajante.
Paulo Passos (31/07/2014)
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