As vezes penso apenas em ir embora
Quando penso nos bens que possuo
O mais precioso deles talvez seja a vontade
Essa insaciável vontade de ir embora
E aqui sigo navegando sobre mares revoltos
Humildes suspiros chegam aos seus ouvidos
Podendo te acalmar como uma canção de ninar
Enquanto você dorme eu sigo contra meus demônios a lutar
Antes houvesse proposito maior
Antes fosse uma vitória triunfante
Antes meus oponentes fossem reais
Mas nem os ouvintes dessa prosa se velam
A questão é: não há espetáculo.
A lucidez revela o maremoto
A natureza lá fora desconhece o homem
O homem desconhece sua própria natureza
Agora preciso de um oponente
A maior angústia é a falta de presa
Deus não é o culpado disso tudo
Apenas eu e eu mesmo: apenas um há de permanecer.
Paulo Passos - 11/11/2015
Parabéns! Lindo e profundo poema!
ResponderExcluirObrigado, Gleice!
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