segunda-feira, 28 de outubro de 2019

POR QUE NÃO HÁ NOVIDADES?


Não há mais novidades?
Não há mais horizontes?
As velhas perguntas nunca foram respondidas
As novas respostas servem para fundamentar incertezas
E nesse joguinho saltam de ponta os intelectuais.
Bebem da relatividade para justificar a ignorância.
Imaculado senso comum. E por que não?
Já estão embriagados.
Não querer saber é bonito.
O belo é o ignorante.
Signo e símbolos de misturam.
Não posso confiar,
Não sei mais o que sou
Não sei mais do que gosto.
Não sou mais o que era,
Não sei mais nem se posso.
Diplomado ignorante,
A cartilha do estudante.
Não há mais novidades
As surpresas são previstas,
Tem mentira nas estantes.

PAULO PASSOS
27/10/2019


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A CAPA DO ARTISTA


Ele sabe fazer o fosco se tornar lustroso
Sabe fazer o sorriso sair
Doce magia, única...
Tem licença para rodar o mundo.
Mesmo triste, leva um mundo nas costas,
Esse mundo que é outro, paralelo,
Que só ele tem acesso,
É pesado demais para carregar...
Vaga, caminha sem pesar
Consciência limpa, desperto olhar
Hipersensível a flutuar pelas mentes carregadas.
Invasor de sonhos incute leves traços às mentes que dormem.
Sutil contato grande o impacto, e para muitos dormentes se passa também despercebido.
Estes, já mortos-vivos, não sentem e não veem sentido.
A busca é sincera, o sangue é real.
Sacrifício individual.


PAULO PASSOS
20/09/2019


domingo, 8 de setembro de 2019

A MAGNITUDE DA SOLIDÃO


Eu sei que não há retorno
Este morno presente não supre os meus anseios
O frio que sinto é bom...
O sol brilha na memória e tudo acontece mais uma vez...
Como feixes de luz, sua voz em sussurros ressoa entre os lapsos de minha memória. Necessito deixar estar.
Esse frio que sinto é deste mundo,
Incalculável, único e infinito,
Em vagar solitário, caminhar sem norte.
Seu grito é de dor ou prazer?
Eu sei bem, não há retorno.



PAULO PASSOS
03/09/2019


sábado, 7 de setembro de 2019

EM SÃ DESCIDA



Em ardente sobriedade você ateia fogo no próprio espirito
Corpo e movimento em ascensão,
Ode à nova deusa que se mostra confortante,
Deita-se com ela, o prazer ela garante.
Quando não mais prazer, o tédio
Muda de posição e de semblante, toma remédio.
Sofrimento, o preço que se paga.
Quem disse que nunca morre a pobre alma?
“É inútil falar sobre isso!”
Esbraveja o professor, aquele que professa as maravilhas dessa técnica.
Falso profeta! Quando em guerra a quem recorre?
Quem disse que a alma nunca morre?
A queda é livre, doce queda e torna-la um fim, é um meio de ignorar a verdade: o chão é duro.
Procrastina os problemas aquele que não enxerga.
Cego de propósitos, em livre queda.



PAULO PASSOS
06/09/2019


terça-feira, 3 de setembro de 2019

O MUNDO QUE VOCÊ CRIOU


Veja isto!
Não há dor nem prazer!
Não há belo nem feio!
Não há felicidade. Todos iguais?
O culto oculto ao ego em elogios a si proclamados.
Esfregam uns aos outros as suas conquistas alcançadas sem qualquer luta.
Nenhum elogio sincero se afixa, mas sim o amarelo da hipocrisia.
Olhe para si! Largue esse celular!
Não há com quem conversar, então, por quê?
Mesmo em gozo pleno você quer competir? Não há vencedores!
De fato, conseguiu construir o seu mundo.
Repleto de rancores guardados, de solidão em amor próprio... tamanho é o espetáculo,
Que a expectativa maior é de seu FIM.

PAULO PASSOS
27/06/2019


sábado, 24 de agosto de 2019

URBANOIDE


URBANOIDE
Desconhecendo seu reflexo na vitrine segue o urbanoide
Assombrado com tamanho desajuste
Fascinado com o óbvio
Se rebaixa para mendigar elogios.
Mente quando necessário for
Em nome da vantagem e do anonimato busca se expor, que seja ao ridículo.
Quer ser ouvido sem ter o que dizer.
Reza o diário em chavões e vácuos
Enlatado feito sardinha, ainda assim se exalta.
Gordo feito gado. Orgulho a cada gole.
Soluços em torpes palavras, quase vomita uma verdade, em vergonha, engole.
Em meio a mimos mama mentira repleta de enfeites e absurdos; sem mais estômago.


PAULO PASSOS
29/06/2019


sexta-feira, 9 de agosto de 2019

GLAMOURIZAÇÃO DO INATINGÍVEL


Antes sua finalidade não fosse o vazio.
Antes houvesse um aviso.
Antes todo esse vácuo não sufocasse.
Antes livre o passe,
Mas é um devaneio, um mero sonho.
Aquele mundo platônico, inato, estático,
É? Foi? Era? Ou não é?
Que seja em minha mente, mas não posso torna-lo real.
Quem disse que o sonho seria melhor do que a realidade?
Em que momento perceberia que o tédio nos aguarda adiante?
Talvez seja hora de prestarmos um pouco mais de atenção em todo esse glamour.
Para onde olham os que te ignoram?
Sonham em aparecer, mas, quando são vistos, não têm nada para mostrar.
Sonham em ser ouvidos, mas não têm nada a dizer.
Esse norte de nada tem senão uma massa plástica de hipocrisia e dor.
Falta conhecer-te.
Falta amar-te, e ao próximo.
Falta-te apenas... Perceber-te.

PAULO PASSOS
27/06/2019