sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A CAPA DO ARTISTA


Ele sabe fazer o fosco se tornar lustroso
Sabe fazer o sorriso sair
Doce magia, única...
Tem licença para rodar o mundo.
Mesmo triste, leva um mundo nas costas,
Esse mundo que é outro, paralelo,
Que só ele tem acesso,
É pesado demais para carregar...
Vaga, caminha sem pesar
Consciência limpa, desperto olhar
Hipersensível a flutuar pelas mentes carregadas.
Invasor de sonhos incute leves traços às mentes que dormem.
Sutil contato grande o impacto, e para muitos dormentes se passa também despercebido.
Estes, já mortos-vivos, não sentem e não veem sentido.
A busca é sincera, o sangue é real.
Sacrifício individual.


PAULO PASSOS
20/09/2019


domingo, 8 de setembro de 2019

A MAGNITUDE DA SOLIDÃO


Eu sei que não há retorno
Este morno presente não supre os meus anseios
O frio que sinto é bom...
O sol brilha na memória e tudo acontece mais uma vez...
Como feixes de luz, sua voz em sussurros ressoa entre os lapsos de minha memória. Necessito deixar estar.
Esse frio que sinto é deste mundo,
Incalculável, único e infinito,
Em vagar solitário, caminhar sem norte.
Seu grito é de dor ou prazer?
Eu sei bem, não há retorno.



PAULO PASSOS
03/09/2019


sábado, 7 de setembro de 2019

EM SÃ DESCIDA



Em ardente sobriedade você ateia fogo no próprio espirito
Corpo e movimento em ascensão,
Ode à nova deusa que se mostra confortante,
Deita-se com ela, o prazer ela garante.
Quando não mais prazer, o tédio
Muda de posição e de semblante, toma remédio.
Sofrimento, o preço que se paga.
Quem disse que nunca morre a pobre alma?
“É inútil falar sobre isso!”
Esbraveja o professor, aquele que professa as maravilhas dessa técnica.
Falso profeta! Quando em guerra a quem recorre?
Quem disse que a alma nunca morre?
A queda é livre, doce queda e torna-la um fim, é um meio de ignorar a verdade: o chão é duro.
Procrastina os problemas aquele que não enxerga.
Cego de propósitos, em livre queda.



PAULO PASSOS
06/09/2019


terça-feira, 3 de setembro de 2019

O MUNDO QUE VOCÊ CRIOU


Veja isto!
Não há dor nem prazer!
Não há belo nem feio!
Não há felicidade. Todos iguais?
O culto oculto ao ego em elogios a si proclamados.
Esfregam uns aos outros as suas conquistas alcançadas sem qualquer luta.
Nenhum elogio sincero se afixa, mas sim o amarelo da hipocrisia.
Olhe para si! Largue esse celular!
Não há com quem conversar, então, por quê?
Mesmo em gozo pleno você quer competir? Não há vencedores!
De fato, conseguiu construir o seu mundo.
Repleto de rancores guardados, de solidão em amor próprio... tamanho é o espetáculo,
Que a expectativa maior é de seu FIM.

PAULO PASSOS
27/06/2019