quinta-feira, 26 de novembro de 2020

EU NÃO SOU A VÍTIMA

 

Não sou seu objeto de estudo

Não serei analisado pelas lentes de sua ambição.

Gritos semelhantes já foram dados e nunca respeitados.

Gritos que pedem nada mais que um alívio, entre bipes, toques e venenos visuais que afetam diretamente a alma.

As necessidades que você criou me fez criar nova necessidade.

Justificado meu ato de permanecer em silêncio, pois já cansado não quero saber dessas suas balelas.

Faz das pessoas instrumentos para uma distração autodestrutiva para a alma de todos.

Faz do sonho de cada um desvanecer nos assuntos mais supérfluos possíveis.

Quer me levar rumo o paredão, mas sorrindo, pois assim a carne é mais gostosa.

Não sou vítima, pois caso fosse, seria mais um número na sua calculadora.

Não quero ser contabilizado, quero apenas ser, por isso não sou vítima.

Enquanto houver oportunidade, aos que têm ouvidos para ouvir: o mundo jaz no maligno.

 

PAULO PASSOS

 24/11/2020

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