segunda-feira, 13 de junho de 2022

Humilde Barco

É com ele que me entrego aos mares, seja de ilusões, medos, incertezas e êxtases.

Não se afunda, talvez pelo seu tamanho, sua leveza...

Foram tantos reparos, remendos e fissuras, mas a confiança sempre foi a chave.

Nos momentos de medo eramos um pelo outro. De igual modo na calmaria.

No mar da solidão me pus a refletir, concluí que haveria de ser assim.

No mar da ilusão já me entreguei, inclusive me pus a mergulhar, até que reencontrei meu velho barco, distante, a me esperar.

No mar das incertezas foi ao leme, no que pude me agarrar.

No mar de angústias quase pus tudo a perder. Foi quando um sopro de bons ventos me levou a esquecer.

Tudo passa, já ouvi isso.

Quando eu passar, que os vestígios dessa embarcação de algum modo auxiliem novos navegantes.


PAULO PASSOS - 13/06/2022

Amor

Quantas vezes já praguejei conta ti?

Uma hora chega a conta.

Estou disposto a pagar.

Não estou vazio, não estou desprevenido.

Eu sei a altura e vou pular.

Em queda livre eu reconheço o estrago.

A cada pedra no meio do caminho, nova reflexão, novo aprendizado. Não há espaço para arrependimentos.

O que mais agrada, é justamente não poder voltar atrás, é sentir o resultado desse palato na alma.

Que venha! Até você se vai, um dia.


PAULO PASSOS - 09/05/2022

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O desligar

Caminhar só

Sentir as plantas dos meus pés bem firmes ao chão

Me desligar de todo esse colorido universo virtual, irreal, 

de conversas moles e ebriantes.

Lançar meus olhos míopes sobre as cores secas.

Esse mundo que, para muitos é sem graça.

Essa graça que, para muitos não tem graça... se não for para mostrar que está em graça.

Esse mostrar, esse mostrar.

Que seja em boa forma, a beleza.

A beleza de estar, de simplesmente ser... sem parecer.



PAULO PASSOS, 10/06/2022