terça-feira, 28 de março de 2023

INDAGADO PELOS VÍCIOS

 Mais uma vez, me encontro embriagado: prazer, álcool e sensação de impotência.

Mais uma vez me vejo ao lado dos demônios que me assistem criticar a sobriedade e me oferecem lapsos de memórias que sempre me conduzem ao sono.

A futilidade, a superficialidade deste maldito ritual segue a me atormentar a cada momento que tenho para mim.

A cada tropeço, novas promessas. Pouco progresso. Grandes passos, avanço lento. Longa viagem...

A cada questão, mais ódio, esse contra a minha própria pessoa, por não resistir ao canto da sereia. 

Maldita sereia!

O tempo passa voando feito uma águia.

Quando percebo que, de peixe, nada... nada que traga progresso nesse meio.

Por outro lado, espírito forte o suficiente para profanar o culto ao ego.

Nada que acrescente o sagrado como se espera ser. Nada que engrandeça o que de fato à eles teria algum valor. Vejo tudo passar.

Contemplo a dor do ritual cotidiano, transpassar a carne do comum.

Sorrio... sou humano.

Transpiro tudo o que um dia fora inspiração.


PAULO PASSOS 07/03/2023