Doce vida, doce.
Tão doce que as pupilas dilatam.
Dilatam paixões, prazeres e a impressão
que tenho é a de que todos estão errados.
As coisas mudam apenas de cor, e aqui já
percebo maior liberdade.
A metamorfose é um orgulho,
E tudo o que ficou para trás vai se
tornando vergonha.
Certas coisas, antes claras e distintas
são hoje dubitáveis... meu sorriso é dubitável.
Assumir os motivos de meu sorriso é
retrocesso num mundo sem motivos.
A metamorfose não admite retrocessos;
A auto aceitação é impossível.
Arquétipos assumem meu corpo.
Categorias formalizam meus movimentos.
Os movimentos formalizam meus pensamentos.
Levanto-me contra mim.
Circuito em curto; curto absurdo em nome
desse vazio.
Tudo o que é estático, qualquer padrão se
quebra.
Tudo o que é estético, que seja doce como
meu doce mundo.
PAULO PASSOS - 05/07/2019
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