domingo, 2 de fevereiro de 2020

A MARCHA


Foi quando me senti mais seguro, caí...
Sabia que para todos eu estava mal.
Por outro lado eu estava me libertando.
De onde estou eu vejo coisas que você não vê.
Com poucas observações seus argumentos vão ao chão.
Quando me ocultaram todas as possibilidades de uma vida saudável, pude ver as engrenagens desse grande relógio.
Aquela dorzinha sua, aparentemente superficial é muito mais profunda.
A ciranda deste mecânico espetáculo aumenta e diminui a velocidade.
O giro desenfreado, a seresta, mórbido cântico, ode ao fim.
Sexo como regra, a besta, grande estrela...
Sem pais, país, paz...
“Ser você mesmo”: afastar-se de si.
“Viver a vida”: encher o cú de droga.
“Ser democrático”: amar a situação do engraxate.
E você late quando a verdade é dita!
Feito cachorro mastiga seu papel.
Frente aos olhos, grosso véu.
Sem luz diz enxergar.


PAULO PASSOS - 09/12/2019



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